sexta-feira, 9 de agosto de 2013

MANHÃS DE SÁBADO

Era uma daquelas histórias de amor que já começaram dando errado, mas ela não me deixava ir embora. Me segurava na cama, dizia, 'só mais cinco minutos', e eu, como um bom preguiçoso, deixava me envolver por aquele calor nas costas, beijos na nuca e a bagunça dos lençóis. Ela me amava baixinho, mesmo sabendo que eu era uma daquelas histórias que davam errado - e ainda hoje me pergunto como foi que deu certo. Sobre o não-amor, o que me explicaram é que, quando nos sábados de manhã, céu cinza, calor lá fora e a preguiça na cama, uma conversinha no pé do ouvido nos faz sem querer se apaixonar. Sem querer o querer, mas já o querendo, foi assim que eu quis aquele querer infindo e preguiçoso das manhãs de sábado.


TIAGO DA SILVA VIEIRA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário